Silvana Figueiredo Tavares




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31 de julho de 2012

Cama compartilhada - CC



Pratico a Cama compartilhada com Dudu, desde seu 1º instante de vida, deixando claro que CC(cama compartilhada) o bebê não necessariamente precisa estar na mesma cama dos pais, o bercinho dele colado na sua cama, já pode ser considerado CC. Ele dorme o inicio da noite no berço e depois pula pra nossa cama... Dormi com minha mãe a vida toda, só perdi o lugar quando minha irmã mais nova nasceu e também dormia com ela. Acho maravilhoso essa forma de carinho que minha mãe teve pela gente e somos muito amigas hoje em dia... e outra coisa, eu pelo jeito não atrapalhava meus pais namorarem já que eles tiveram minha irmã depois de mim, com 10 anos de diferença né? rsrrs
O livro soluções para noites sem choro é simplesmente sensacional o post de ontem foi retirado de lá e o de hoje também, acredito que tudo que é bom precisamos compartilhar, então boa leitura a todos.



Texto Nota retirado da página Soluções para noites sem choro no facebook.


Geralmente as pessoas começam com um olhar de espanto e logo perguntam quando você pensa em parar com isso, como se fosse um hábito desagradável, comparável a fumar ou deixar sua criança fazer xixi no chão. Se você questionar essas pessoas a respeito de porquê pensam que é um hábito nocivo, na maioria das vezes é devido ao fato de acreditarem que dormir com seu bebê vai torná-lo menos independente, mais carente, e assim meio que inútil para o restante da vida. Afinal, nós todos queremos que nossos filhos saiam para enfrentar o mundo, e se você tem uma criança que é muito ligada ao pai ou à mãe, como ela poderá ser um indivíduo com personalidade própria? E compartilhar a cama é visto como uma das coisas que tornará a criança dependente da mamã e do papai para sempre. Certo? Bem, se existissem evidências de que esse é realmente o caso, eu não estaria escrevendo esse artigo agora, estaria? Não, e na verdade parece que é justamente o contrário do que muita gente acredita.

Aqui vamos nós… Crianças que dormem em cama/quarto compartilhado tendem a ser – veja só – MENOS medrosas e MAIS independentes do que aquelas que dormem sozinhas. Por alguma razão, as pessoas começaram a acreditar que os bebês precisavam ser mais independentes, e que aprender a dormir sozinhos desde o primeiro dia de nascidos seria uma forma de fazer isso. Primeiramente, é uma besteira enorme dizer que os bebêsprecisam ser independentes – eles não podem ser, afinal, são bebês! Eles sequer sabem que existem até completarem um aninho de vida ou mais, então como podem ser independentes antes disso?  Contudo, conforme as crianças crescem, elas se tornam (felizmente) mais independentes, e nessa fase são as crianças que dormiram com os pais (ou continuam dormindo) e receberam toneladas de carinho e contato corporal que se mostram as mais destemidas, enquanto as que foram deixadas sozinhas para serem "independentes" enquanto bebês tendem a ser mais tímidas, ansiosas e amedrontadas. (Eu adoro ter uma parte de mim que ama esse paradoxo porque é completamente intuitivo quando você pensa pelo ponto de vista de um bebê. É exatamente o que a maioria das pessoas não fazem – elas pensam nos bebês como se fossem adultos, com pensamentos e crenças de adultos, apenas em uma escala menor.)

Parte da explicação desse paradoxo vem do apego – bebês que dormem com os pais tendem a ser mais apegados às mães, e pesquisas mostraram que crianças que são mais apegadas exploram mais e são mais independentes que aquelas que não têm apego com os pais. Bem, é importante notar que pode ser que os pais façam cama/quarto compartilhado por serem mais responsivos aos filhos, e não seja o fato de dormir com o bebê em si que o torne mais apegado/independente. Contudo, existem outros motivos para se acreditar que esse arranjo para dormir promova sim independência.
Tudo gira em torno dos hormônios. Como um dos milhares de apontamentos do Dr. Sears, a hora de dormir à noite é um dos momentos mais estressantes para um bebê. A escuridão e o silêncio da casa são na verdade bastante assustadores para crianças novas, que foram acostumadas com som estático constante dentro do útero (por exemplo as batidas do coração da mamãe) e a sensação de estar sendo mantido apertado, segurado forte. Assim, ser colocado longe de outras pessoas (e sem contato humano) aumenta a resposta ao estresse nessas crianças. O contato entre mãe e bebê a qualquer momento do dia reduz o estresse do pequeno através da liberação de ocitocina, um hormônio que é conhecido por promover contato e comportamento amoroso (também conhecido como hormônio do "aconchego"), especialmente quando há contato pele a pele (ex., Uvnas Moberg, 2003).  Dormir com o bebê também diminui no corpinho dele os níveis do hormônio do estresse chamado cortisol (Waynforth, 2007).  Então, ao fazer cama/quarto compartilhado você dá ao seu bebê uma carga de hormônios que lhe trarão prazer e são relacionados a ligações afetivas maiores, bem como à redução dos hormônios associados ao estresse.

Mas aí você vai me perguntar: como esses hormônios contribuem para a independência? Pense em você mesmo e em suas reações a várias situações. Todos já tivemos dias em que estávamos super estressados, quase arrancando nossos próprios cabelos. Nesses dias, quão disposto você estava para sair e explorar novos lugares, conhecer pessoas novas, tentar coisas diferentes? Se você estiver no grupo chamado "normal" e está sendo honesto, provavelmente vai dizer "Nem um pouco." Ao invés disso, você pediria uma taça (ou garrafa) de vinho em um lugar seguro, aconchegante, longe das pessoas ou locais potencialmente estressantes, pois evitar o estresse é parte da nossa reação – enfiar a cabeça num buraco e esperar que o que estiver te estressando desapareça. Isso é devido ao fato de que o estresse tem relação com o medo, e dessa forma ambos ativam a resposta de "lutar ou fugir", ainda que em diferentes níveis de intensidade. Logo, um bebê que está constantemente sob estresse tende a procurar lugares seguros e permanecer por lá. Assim como nós adultos fazemos. Agora lembre-se de momentos em que você estava feliz, relaxado e calmo. Durante esses momentos da sua vida você procura fazer coisas novas? Conhecer gente diferente? Ir a outros lugares? Sim, porque esse é o estado de espírito do qual necessitamos para sair e explorar o mundo. Então um bebê que tem níveis mais baixos de cortisol e mais altos de ocitocina, tende a estar mais disposto a conhecer o mundo frequentemente.

Outra razão que associa a cama/quarto compartilhado a independência é que dormir perto do seu bebê gera uma sensação de segurança devido à resposta imediata durante períodos críticos. Todos os recém-nascidos possuem o reflexo de moro, que o faz se assustarem e costuma ocorrer enquanto dormem. (Para aqueles que não têm mais um recém nascido, até os 3 meses de idade, enquanto dorme, os braços e pernas do seu bebê tremem como se ele estivesse caindo. Esse é o reflexo de moro). Se a sua criança estiver no colo de um adulto ou estiver por perto (como em um berço grudado à sua cama, com a grade lateral abaixada), é muito mais fácil controlar o reflexo e acalmá-lo antes que acorde e entre em pânico. Contudo, se você não estiver segurando o bebê, o reflexo de moro vai acordar seu bebê em pânico. O cortisol estará então circulando pela sua corrente sanguínea e vai demorar bem mais tempo até você conseguir acalmá-lo. Muitos pais passam por isso quando são acordados por um bebê que está gritando. Quando isso acontece, o que o bebê aprende a partir dessa experiência? Que o mundo não é um lugar seguro e que deve estar sempre alerta. Quando seus níveis de estresse estão constantemente altos, você aprende a estar mais vigilante para conseguir manter-se longe de perigos em potencial. Honestamente, eu me surpreendo com o fato de tais crianças não estarem clamando para voltar ao útero, após essas boas-vindas ao mundo.

Os bebês que dormem com seus pais aprendem algo bem diferente. Como eles são imediatamente tocados e confortados quando passam por esse reflexo de moro (e muitas vezes nem chegam a acordar), eles aprendem que o mundo é seguro para eles. Alguém estará por perto para socorrer quando precisarem de ajuda. Quando você sabe que tem uma rede de proteção, é muito mais fácil tentar andar na corda bamba do que se você não soubesse se iria ser amparado ou não no caso de uma queda. E uma vez que você começa a acreditar que há uma rede de proteção (chamada mamãe e papai), você se torna mais propenso a se arriscar e tentar coisas novas. Então, através da cama/quarto compartilhado você está oferecendo ao seu filho a base para um forte senso de segurança e sensações duradouras de conforto e proteção. Você está também alterando o balanço hormonal para melhor – reduzindo hormônios negativos (cortisol, por exemplo) e promovendo os positivos (oxitocina, por exemplo). E para culminar, você está aumentando as chances de seu filho ter uma ligação estreita com você, o que traz uma enorme variedade de resultados futuros maravilhosos. Eu acho que isso explica porque evoluímos para a cama/quarto compartilhado. [1].

Então quando você pensar em como você quer que seu filho seja criado e que tipo de pessoa você quer que ele seja – Extrovertido ou inibido? Aventureiro ou tímido? Medroso ou corajoso? – pense a respeito do que você está ensinando a respeito do mundo através de suas ações frente ao bebê. E saiba que uma forma de dar à criança uma base sólida é dormir junto dela ou dele – seu filho vai agradecer a longo prazo.

ORIENTAÇÕES PARA CAMA COMPARTILHADA COM SEGURANÇA:


- Coloque a criança para dormir deitada de costas

- Coloque a criança ao lado da mãe invés de entre a mãe e o pai

- Utilize uma cama grande e firme e tome precauções para prevenir a queda do bebê da cama

- Não durma com a criança em uma cama d’água ou sofá

- Não coloque uma criança para dormir sozinha em uma cama de adulto

- Não utilize almofadas e roupas de camas fofas

- Não compartilhe a cama com seu bebê sob a influência de drogas, álcool, medicação para resfriado e alergia que não necessitam de receita médica para a compra ou se estiver extremamente privado do seu sono

- Irmãos, irmãs ou babás não devem dormir com a criança

A API incentiva a CPSC a verificar o risco relativo do ambiente do sono tanto quanto os benefícios da cama compartilhada. A utilização pública de informação pobre de conteúdo não é em prol do melhor interesse de pais ou de crianças que a CPSC procura proteger. Parker diz que “A API solicita um relatório objetivo, compreensivo e independente, que analise o risco relativo de todos os tipos de ambiente de sono. Apenas quando isto estiver disponível poderá a CPSC verdadeiramente assistir pais a tomar a melhor decisão para suas famílias”.

Para maiores informações sobre as recomendações da CPSC verifique nosso website:http://www.attachmentparenting.org/



Link para o texto original em inglês: http://www.evolutionaryparenting.com/?p=63
Tradução: Gabriela de O. M. da Silva
Nota:
http://solucoes.multiply.com/journal/item/56
Normas de segurança para a cama compartilhada (estas em português, retiradas do livro "Soluções para noites sem choro", de Elizabeth Pantley)